quinta-feira, 27 de abril de 2023

Câncer de cabeça e pescoço causa cerca de 10 mil mortes, ao ano, segundo INCA

Doença manifesta alguns sintomas já na fase inicial, mas esses são geralmente menosprezados pelas pessoas, por serem inespecíficos, segundo oncologista Alexandre Sales – com atendimento no NOA

O câncer de cabeça e pescoço – caracterizado pelos tumores de lábios, cavidade oral, faringe, laringe, cavidade nasal e tireóide – causa cerca de 10 mil mortes, ao ano, segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA). A doença representa a segunda maior incidência nos cânceres entre os homens (sobretudo, acima dos 60 anos) e o quinto tipo mais incidente, tanto em homens quanto em mulheres, no Brasil.

O oncologista Alexandre Sales – com atendimento no NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste), em Caruaru, Pernambuco – destaca a importância da manutenção de hábitos que contribuam para o controle e prevenção da doença. “É preciso estar atento aos fatores de risco, a exemplo do tabagismo; consumo de bebidas alcoólicas; além da infecção pelo papilomavírus humano (HPV), que pode decorrer de relações sexuais (com pessoas infectadas) que atingem a pele e a mucosa bucal”.

Evitar o tabagismo e o consumo de bebidas alcoólicas em excesso; usar preservativo durante o ato sexual; tomar a vacina contra o papilomavírus humano (HPV); manter uma alimentação equilibrada; preservar a higiene bucal e ir regularmente ao dentista estão entre os cuidados preventivos da doença, que estão relacionadas a fatores externos (com exceção do câncer de tireoide).

O médico diz que a doença manifesta alguns sintomas já na fase inicial, mas esses são geralmente menosprezados pelas pessoas, por serem inespecíficos. Dessa forma, quando se percebe e busca ajuda médica, os tumores já estão avançados. “Para se ter uma ideia, cerca de 70% dos casos são descobertos nessa fase, quando já se apresentam sinais como rouquidão; dificuldade para engolir; feridas persistentes na boca; emagrecimento sem causa definida; além de ferida aparente na face”. Por isso, é preciso ficar atento a qualquer sintoma e buscar um médico para o rastreamento, a fim de evitar a progressão da doença”.

Quando diagnosticada com antecedência, as chances de cura aumentam consideravelmente, segundo o especialista. “O diagnóstico precoce é super importante. Por isso a importância de se visitar regularmente um médico ou um dentista, que vai fazer uma análise completa da boca e garganta em busca de possíveis lesões”.

Para o diagnóstico é feita uma avaliação clínica da cavidade oral, bem como exames de imagem, a exemplo de ressonância magnética ou tomografia. Uma biópsia é realizada para a confirmação. Assim, a doença é tratada através de procedimento cirúrgico, a depender do estágio e localização do tumor e se há ou não metástase. A cirurgia pode fazer a retirada de partes da mandíbula, lábios ou língua. Se isso for necessário, uma cirurgia plástica é indicada, assim como acompanhamento fonoaudiológico para a recuperação da fala e da deglutição. Pode haver ainda a indicação de radioterapia e quimioterapia.

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