quarta-feira, 29 de março de 2023

Homem é preso após assediar mulheres e filmar mãe que amamentava filha na UFPE

Segundo testemunhas, suspeito assediou duas mulheres e, para se esconder, se inscreveu em seminário de filosofia. Caso foi encaminhado à Delegacia da Mulher, no Recife.

Homem é preso suspeito de praticar assédio em evento na UFPE

Um homem foi preso nesta terça (28) por suspeita de assediar mulheres no campus da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), na Zona Oeste do Recife. Segundo relatos de testemunhas, ele assediou duas vítimas e, para se esconder de estudantes que queriam denunciá-lo, se inscreveu num seminário de filosofia, onde foi visto gravando imagens de uma mãe que amamentava a filha.

Por meio de nota, a UFPE informou que a equipe de segurança da universidade acionou a Polícia Militar. Estudantes organizaram um protesto na frente do prédio onde o evento era realizado para impedir que o suspeito fugisse do local .

O nome do suspeito, que foi levado à Delegacia da Mulher, no bairro de Santo Amaro, não foi divulgado.

Ela [a mãe] estava sentada perto da porta, com a menina no braço, amamentando, quando ele se sentou perto dela e ficou com o celular o tempo inteiro virado para ela”, contou uma estudante que pediu para não ser identificada.

‘Por que não posso assediá-las?’

Ao g1, a testemunha contou que estava conversando com alguns colegas nas imediações do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH) quando o homem se aproximou do grupo, por volta das 11h desta terça (28).

De acordo com ela, naquele momento, o suspeito estava assediando mulheres no local.

“Estava todo mundo sentado e ele falou, rindo: ‘Posso fazer três perguntas? A primeira, eu já fiz; a segunda é onde fica o CPFCH; e a terceira é por que eu não posso assediá-las se elas estão me assediando. Elas estão nessas poses eróticas e eu tenho que conter o meu instinto’”, contou a testemunha.

Segundo a estudante, o grupo de alunos tentou deter o suspeito, que disse ser advogado e se dirigiu para o CFCH, onde se inscreveu, de última hora, num seminário de filosofia.

Suspeito de assediar mulheres na UFPE foi detido pela Polícia Militar — Foto: Reprodução/WhatsApp

“O pessoal que viu o primeiro ato dele, foi lá, tentou tirá-lo. O chefe da segurança pediu para ele sair. Ele saiu, mas depois de um tempo retornou. Foi quando teve o segundo momento, em que assediou a mãe que estava amamentando a filha”, disse.

Ainda de acordo com a aluna, a equipe de segurança da universidade deixou o homem numa sala perto da entrada do CFCH, enquanto os estudantes aguardavam a chegada da polícia do lado de fora.

“A gente começou a ‘agitar’ [um protesto] porque estava todo mundo calado, com cara de velório, sendo que tinha um tarado aqui dentro”, afirmou.

O que diz a UFPE

Procurada pelo g1, a UFPE informou, por meio de nota, que foi acionada sobre a ocorrência no CFCH. Segundo a instituição, a Superintendência de Segurança Institucional (SSI) atuou para conter o suspeito e informar o caso à Polícia Militar.

Ainda acordo com a universidade, o suspeito foi encaminhado pelos policiais militares para a Delegacia da Mulher, enquanto a equipe de segurança acompanhou as vítimas até a unidade policial.

A UFPE disse ainda que a Administração Central da instituição está acompanhando a situação e permanece à disposição para colaborar com o que for solicitado.

"A UFPE repudia todo e qualquer caso de violência contra a mulher, em seus espaços institucionais e fora dele; e trabalha para a construção de uma sociedade inclusiva, livre de preconceitos, discriminações e violências", afirmou na nota.

Também por nota, a Polícia Civil de Pernambuco disse que está realizando os procedimentos relativos à ocorrência na universidade. Segundo a corporação, o caso foi levado para a 1ª Delegacia Especializada no Atendimento à Mulher, no bairro de Santo Amaro.

Já a Polícia Militar confirmou a prisão do homem no campus da UFPE. Segundo a corporação, ele ficou sob a guarda dos seguranças da universidade até a chegada dos policiais militares. O homem foi conduzido por agentes do 12º Batalhão para a Delegacia da Mulher.


Por g1 PE

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