Trabalhadores afirmam estar há meses sem receber os valores da rescisão.
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Polícia Federal realiza em Caruaru 2ª fase de operação Zona Cinza — Foto: g1 Caruaru
Funcionários de um clube de tiro de Caruaru, no Agreste de Pernambuco, entraram com ação conjunta na Justiça por não terem recebido os salários devidos. Desde a segunda fase da operação Zona Cinza, realizada pela Polícia Federal em dezembro de 2022, os funcionários das várias empresas da rede Shop do Atirador, foram afastados e os pagamentos de salários e indenizações suspensos.
Um desses ex-funcionários, que preferiu não se identificar, disse ao g1 que está há meses à espera dos valores devidos. A empresa chegou a sinalizar que pagaria a rescisão dos trabalhadores, mas eles afirmam que esse pagamento não foi realizado.
"Nos fizeram assinar os papéis da rescisão e do contracheque do mês em que a empresa foi fechada, nos dando a esperança das rescisões assinadas para o juiz em questão e nos dando o prazo de 10 dias para poder ser liberado o valor da rescisão e consequentemente para pagar o salário do mês que ficou dentro. Contudo, quase 6 meses após o ocorrido, ainda estamos sem receber nem um real da empresa" ,disse o ex-funcionário.
No começo deste ano, um grupo de funcionários entraram com uma ação conjunta contra as empresas assessorados pelo advogado Iam Phillippe Monteiro. De acordo com o advogado, no início do ano ele foi contatado por alguns funcionários do Shop do Atirador que relataram não ter recebido as verbas trabalhistas após a operação Zona Cinza.
"Por meio dessas ações nós estamos exigindo o pagamento dessas dívidas e também pleiteamos junto à Justiça Federal, e também nas próprias ações trabalhistas, a reserva do patrimônio bloqueado para o pagamento desses trabalhadores, uma vez que a empresa não tem se mostrado com o desejo de pagar voluntariamente esses valores", disse o advogado Iam Philippe Monteiro.
O advogado explicou que a empresa primeiramente alegou que a Justiça Federal e a operação da Polícia Federal foram os motivadores do não pagamento aos funcionários. Logo depois, a empresa teria dito que a culpa do não pagamento era dos próprios funcionários que ingressaram com ação na justiça para receber tais verbas rescisórias e que isso provocou o bloqueio do patrimônio, o que impediria o pagamento dessas verbas.
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Ex-funcionários de clube de tiro de Caruaru entram com ação conjunta na Justiça por falta de pagamento de salários — Foto: Reprodução
São 27 ações trabalhistas em tramitação nas três varas do trabalho de Caruaru. A maior parte das ações estão com audiências de conciliação. Porém, nas que as audiências de conciliação já foram realizadas, a empresa não apresenta proposta de acordo, apenas alega que não pode fazer o pagamento por seu patrimônio encontrar-se bloqueado.
Na 37ª Vara da Justiça Federal, o Juiz Dr. Temístocles Araújo atendeu ao pedido das ações e determinou a manutenção do bloqueio sob partes dos valores e remessa de parte desses valores para Justiça do Trabalho para atender o pagamento de parte dos valores dos trabalhadores.
Por meio de nota, a Justiça Federal em Pernambuco (JFPE) informou que aguarda resposta da Justiça Trabalhista para efetivação da transferência bancária dos valores devidos. "No dia 7 de março de 2023, o juízo da 37ª Vara Federal determinou a expedição de ofício à Justiça Trabalhista para que informe conta bancária para imediata disponibilização integral da importância apreendida", diz o TJPE por meio de nota.
Operação desarticulou organização criminosa
Em outubro de 2022 foi deflagrada a primeira fase da Operação Zona Cinza em Caruaru. Um inquérito policial foi instaurado para apurar que um clube de tiro e uma loja de armas pertencentes ao mesmo grupo estariam ministrando cursos, prestando serviços de conserto, manutenção e customização de armas de fogo realizados por pessoas sem licença da Polícia Federal.
Na ocasião foram cumpridos quatro mandados de prisão preventiva, 37 mandados de busca e apreensão, 11 ordens de suspensão das atividades de natureza econômica de pessoas jurídicas, sequestro de bens adquiridos a partir de 2019 e bloqueio de valores.
A segunda fase da Operação Zona Cinza aconteceu em dezembro de 2022, e nela foram cumpridos seis mandados de busca e apreensão de armamentos, munições, carregadores e outros equipamentos bélicos.
Em nota, a Polícia Federal informou que a investigação teve início em outubro de 2021 em Caruaru, Agreste de Pernambuco. Um inquérito policial foi instaurado para apurar que um clube de tiro e uma loja de armas pertencentes ao mesmo grupo estariam ministrando cursos, prestando serviços de conserto, manutenção e customização de armas de fogo realizados por pessoas sem licença da Polícia Federal.
Por g1 Caruaru
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