quarta-feira, 28 de outubro de 2020

PF prende vice-prefeito de Serrita e 3 PMs em operação contra garimpo ilegal

Foram cumpridos, ao todo, dez mandados de prisão. Segundo PF, alguns dos pagamentos do garimpo eram feitos com verbas da prefeitura de Serrita.

PF prende 10 suspeitos de atuar em garimpo ilegal em Pernambuco

Três policiais militares e o vice-prefeito de Serrita, no Sertão de Pernambuco, foram presos durante a operação Frígia, da Polícia Federal (PF), deflagrada nesta terça-feira (27) para combater uma organização criminosa que atuava com garimpo ilegal no Sertão de Pernambuco. Além dos três PMs, um policial federal foi afastado das funções.

A prefeitura de Serrita afirmou, em nota, que "está acompanhando atentamente o desenrolar dos fatos que envolvem a apuração de supostos atos praticados pelo vice-prefeito da cidade" e que está à disposição para colaborar com os esclarecimentos que se fizerem necessários.

A Polícia Militar de Pernambuco informou, também em nota, que não foi notificada oficialmente e que, quando for, "tomará as medidas legais cabíveis".

O advogado Ronilson Almeida, que defende o vice-prefeito, informou que ainda não teve acesso aos autos do processo.

Por meio de nota, o defensor afirmou que o gestor declarou que "é inocente das acusações e que sempre pautou sua vida no trabalho e na honestidade". A defesa disse, ainda, que "está tomando todas as medidas legais para restabelecer a sua liberdade".

Vice prefeito de Serrita e três policiais militares são presos por extração ilegal de ouro

Investigação

De acordo com a PF, a organização criminosa extraía minérios em terrenos públicos e particulares na Zona Rural de Verdejante, em Pernambuco, e, por fim, comercializava o ouro.

O Ministério Público Federal, que também participou da operação, informou que os investigados realizavam desde a extração da pedra bruta in natura até a venda do produto a receptadores no Recife e em Juazeiro do Norte (CE).
Dinheiro do garimpo era utilizado para compra de veículos e outras atividades de "aparente legalidade", segundo a PF — Foto: Polícia Federal/Divulgação

O dinheiro da venda era usado com “aparência de legalidade”, segundo a polícia, com a compra de veículos e de outros atos que configuram lavagem de dinheiro.

As investigações também constataram que alguns dos pagamentos pelos serviços feitos pelo garimpo eram realizados através de verbas da prefeitura de Serrita.

Foram cumpridos, ao todo, dez mandados de prisão e outros 13 de busca e apreensão nas cidades de Serrita, São José do Belmonte e Igarassu, em Pernambuco, e em Juazeiro do Norte e Jardim, no Ceará. Segundo a PF, há indícios de que agentes públicos e particulares, financiadores, refinadores de minério e receptadores fazem parte da organização.

Cinquenta e sete policiais federais participaram da operação, que foi resultado de uma investigação feita em parceria entre a delegacia de Salgueiro e o Ministério Público Federal.

Garimpo ilegal era feito no Sertão de Pernambuco, segundo PF — Foto: Polícia Federal/Divulgação

Segundo a PF, estão sendo investigados os crimes de usurpação de bens da União, lavagem de dinheiro, crime ambiental e organização criminosa. As penas dos crimes ultrapassam os 20 anos de reclusão, além de multa.

"As evidências colhidas nesta etapa da Operação Frígia serão analisadas pelo MPF e pela PF, na continuidade das investigações sobre o caso, para posterior adoção das medidas cabíveis", informou o Ministério Público Federal, em nota.
   


Fonte: G1 PE

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