segunda-feira, 3 de abril de 2017

Presidente da Fundação de Cultura diz que São João 2017 será multicultural

Em entrevista, Lúcio Omena falou sobre festa da Semana Santa e São João.
'Ideia é que a gente contemple todas as linguagens culturais e musicais', diz.

Lúcio Omena Presidente da Fundação de Cultura e Turismo (Foto: Mário Flávio/G1)

G1  Caruaru e região entrevistou Lúcio Omena, presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru. Entre os questionamentos, os preparativos para o "Caruaru por Paixão", durante a Semana Santa, e também sobre a expectativa para o "Maior e Melhor São João do Mundo" em 2017.
Confira abaixo a entrevista com o presidente da Fundação de Cultura e Turismo de Caruaru:
Vocês pensaram em uma festa descentralizada em cinco polos, porque?

Vai ser a premissa de todas as festas, Caruaru tem uma diversidade cultural muito grande que precisa ser contemplada durante seus eventos, a semana santa é o segundo maior evento da cidade e não foge a regra é interessante que essas ações sejam feitas e elas estejam mais próximas das comunidades, então a semana santa funciona desse jeito, nós teremos cinco polos, sendo um deles no Alto do Moura, um no Bom Jesus, na Feira de Artesanato como um lugar símbolo da cidade, e os novos polos de entretenimento, como a Avenida Agamenon Magalhães e a rua da Má Fama que vem se consolidando.

Vocês esse ano estão priorizando o espaço do Monte Bom Jesus?

Esse espaço representa Caruaru, né? E quando a gente imagina Caruaru, quando a gente vai desenhar Caruaru, o Monte Bom Jesus sempre é contemplado, o Monte Bom Jesus deve passar por grandes transformações, uma área de acolhimento deve ser feita lá em cima de convívio e nada melhor para começar essas modificações dando vida aquele local, nós vamos celebrar o domingo de páscoa lá, com projetos de música, com missa e também com projeto social de hip-hop do próprio morro, a Polícia Militar tem um projeto de hip-hop com os meninos do próprio morro e eles vão se apresentar lá.

Vocês pretendem ter ações durante todo o ano por ali?

Sim, durante todo o ano, inclusive o São João também deve contemplar o Monte Bom Jesus, um lugar lindo né, a gente consegue ver Caruaru inteira, acho que tem todo um romantismo como já cantava azulão.

A questão dos shows da semana santa ocorrerem ali na Má Fama, porque vocês optaram pela aquela rua e não, por exemplo, usar o Pátio do Forró ou a Estação Ferroviária onde aconteciam os shows?

O Pátio de Eventos Luiz Gonzaga ele não pode ser usado fora do período junino, existe um termo de ajuste de conduta com o Ministério Público a comunidade em volta pediu isso por causa da lei do sossego, e a Estação Ferroviária vai sofrer um processo de requalificação, então a prefeitura de Caruaru junto com o IPHAN e a Fundarpe que são os órgãos reguladores do estado e da federação, estamos preparando um projeto para lá, era possível que nesse período da semana santa já acontecesse o desmonte de algumas estruturas, aquela ocupação ali é uma ocupação sem permissão, existe uma vida dali que vai ser contemplada nos novos projetos, o projeto está sendo tratado com muito carinho, existe uma vida cultural que não pode ser descartada ali, mas assim, as estruturas que hoje lá estão bastantes deficientes do ponto de vista físico e não do ponto de vista de ação e como aquele espaço vai ser preparado para o São João não haveria compatibilização da gente tá fazendo um evento e ao mesmo tempo desmontando algumas estruturas provisórias, por isso que a gente deu preferência a trabalhar a má fama, mas não que a estação Ferroviária talvez seja o lugar mais importante de Caruaru é o coração de Caruaru, a atividade que existe lá na Estação Ferroviária ela vai continuar durante o período da semana santa, não é um desprestigio está tratando aquilo ali com muito carinho, até uma questão sanitária que ali precisa ser resolvida e outras questões, são questões mais estruturais que precisam ser resolvidas e de iluminação também pública que a gente também precisa dá uma atenção muito grande ali e só vai ser feito pra não havendo dois esforços, gastando dinheiro duas vezes, já usar esse dinheiro de uma vez só para que tudo se resolva.

Nos bastidores sempre houve muita contestação sobre alguns bares e restaurantes que funcionam ali, vocês pretendem organizar de que maneira para que tenha transparência?
Fica difícil da gente nortear, o importante é que aquela quantidade de bares e restaurantes, aquilo ali é um sitio histórico, aquilo tem uma regulamentação de ocupação pelo IPHAN, foram feitas aquelas construções a nível provisório de um mês, faz 8 anos que elas estão naquele local, então não é possível permanecer, a gente não pode ter aquela quantidade de estabelecimentos naquele pátio, então a ideia é desocupar o pátio e reocupar com as manifestações culturais, as manifestações culturais vão vir para dentro do armazém ou vai se criar uma estrutura com contêineres que parece com paisagens de estações ferroviárias, então a gente montar aquelas estruturas em contêineres da parte cultural permanece, mas aquela quantidade de restaurante só vai permanecer nos eventos, como no São João que a gente precisa de uma estrutura extra, mas também que seja uma estrutura desmontável, que você use durante o período de festa e depois ela não esteja mais lá, para se ter uma ideia do tamanho da gravidade, no pátio histórico desse nem árvore pode plantar porque as estruturas são muito frágeis, então um sistema de uma árvore pode interferir em uma parede e isso não tem recuperação, isso é uma técnica construtiva que foi usada lá atrás e que precisa ser conservada tal qual ela é e foi, então por isso precisa todo esse cuidado com aquele espaço, talvez aquilo ali seja o maior sítio histórico de Caruaru, o conjunto arquitetônico a gente não tem outro tão grande quanto aquele, então é muito importante pra cidade, a cidade se desenvolveu a partir também dessa ação ferroviária, as cidades do Brasil de uma forma geral e chegou uma época que a gente deu as costas para os pátios ferroviários quando chegou o carro imitando um padrão americano, o trem tem um custo muito menor, isso precisa ser valorizado como um elemento histórico.

Aquela questão de estacionar o carro, algumas pessoas podem,outras não podem, acha que ali não é lugar de estacionar?

Não é, inclusive aquele movimento de carros dentro do pátio da estação ferroviária altera a fundação dos prédios históricos, aquilo está dentro do plano de manejo, é porque aquilo é do DNIT e da Transnordestina  e existe um interesse dos dois em passar para prefeitura, mas o acordo ainda não foi firmado, é por isso que a gente está tendo muito cuidado, porque quem libera esse daí é o IPHAN e da Fundarpe se a gente não tiver atendendo as solicitações dela a gente dificulta. Houve um dialogo entre esses órgãos, nos abrimos os canais de dialogo, e por isso nós temos o interesse total de resolver, mas resolver da melhor forma e deixar aquele espaço importante. Nos convidamos um arquiteto que é o único do nordeste capacitado para esse tipo de restauração, em conjunto com outro escritório de arquitetura para dar uma cara ali, abraçar nossos movimentos culturais que estão lá e a gente ter uma coisa definitiva para Caruaru.

O que representa a publicação do edital do São João?

Representa muito, esse é um pleito antigo da classe artística de Caruaru. O edital é um chamamento público para ocupação dos palcos da cidade. Esses palcos até o ano passado eles eram ocupados por convite, e convite você sabe que  sempre tem uma pessoa que escolhe para fazer convite então gera o que a gente chama de clientelismo, não que viesse acontecendo mas existe a possibilidade, eu gosto mais de A então eu convido A, não gosto de B mesmo B tendo um trabalho excelente e eu não convido B. A possibilidade do Edital é que todo mundo que se interessa para participar do São João da cidade ele pode concorrer a esses palcos. Uma comissão vai escolher os artistas que vão vir participar e lógico com a parceria com conselho de cultura que é um órgão independente do poder público, então é a representação da sociedade civil, então ela vai ter também a possibilidade de escolher os artistas, é a forma mais republicana de ocupação dos palcos é a forma mais democrática porque todo mundo tem a possibilidade igual de entrar no pátio em um palco específico, lógico que tem características para cada palco, e um número de cachê para cada, então assim você concorre no limite de cachê e um limite de apresentação para aquele palco.

Uma coisa que chama a atenção é que é limitando em 200 mil o cachê, mas é para esse edital? Não quer dizer que as atrações ficam limitadas em 200 mil? 

Na realidade o limite de 200 mil é para convocação através de editais assim, se houver uma avaliação da prefeitura que possa ser contratado, tem artistas que acima desse valor e que tão na mídia e que dão sustento a festa que trazem e atrai um público específico para festa, isso vai ser avaliado e pode sim ser contratada alguém acima desse valor. Para a ocupação através de editais é que o cachê fica limitado a 200 mil. Mas a prefeitura tá tendo um com cuidado muito grande com o custo a gente sabe que a gente quer festa, mas a gente precisa de educação a gente precisa de saúde e isso aí a gente precisa ter muito cuidado quando a gente vai gastar dinheiro com festa. Eu sei que as pessoas querem mas ao mesmo tempo as pessoas estão cobrando do poder público melhor resultados sobretudo com a educação e saúde.

O prazo da convocatória do São João 2017 vai até o dia 5 de maio e a gente percebe que podem participar tanto pessoas físicas quanto pessoas jurídicas como é isso?

Na realidade muitas bandas elas estão estruturados como pessoa jurídica não é só como pessoa física não, então assim você pode ser como pessoa física, os pequenos artistas eles são pessoas físicas isso se deve porque assim uma grande parte dos nossos artistas não estão ainda organizados como pessoa jurídica. O ideal era que eles sempre foram contratados como pessoa jurídica mas a gente sabe, algumas bandas não tem ainda uma estrutura de organização e a gente não pode também fazer uma reserva de mercado se a gente começa a selecionar só por critérios organizacionais do músico, talvez a gente crie uma reserva de mercado para os músicos mais articulados. A gente precisa ter todo o cuidado, o cuidado nosso maior para o edital, imagina uma festa de São João tem muitos Trio Pé de Serra, muitas bandas de pífano, muitos grupos folclóricos que não estão organizados em torno de uma pessoa jurídica aí eles podem ficar de fora.

E esse pessoal também sofre muito com pagamento de cachê todos os anos a mesma coisa, esse edital contempla essa história do pagamento do cachê?

Isso vai ser prioridade também, isso foi um dos pleitos muito grande dos artistas de Caruaru que eles são sempre delegados a um segundo plano na questão do pagamento, mas nós vamos dar prioridade, a todos deve ser pago de uma forma uniforme a todo mundo em termos de datas. Não vamos deixar eles para frente não isso é um compromisso nosso.
Vocês vão manter o show matinê?

Existe uma coisa que a gente gostaria de fazer, e outra é o que é melhor para festa, existe um grupo liderado por pelo Coronel Luiz Aureliano que o nosso secretário de ordem pública que tem uma preocupação muito grande com a questão da segurança da festa é o nosso pátio de eventos ele têm a capacidade para 66 mil pessoas, o problema é justamente uma festa de uma capacidade máxima 66 mil e a gente coloca 100 mil, é um risco enorme.  Como é o ambiente semi controlado com revista na entrada, e isso  é responsabilidade  do poder público, então aos órgãos de segurança eles avaliam como benéfica realização de matinês,  principalmente para esses shows midiáticos de cultura de massa que a a a frequência é muito alta, que a possibilidade de encher muito grande. Então quando ela é matinê a população ainda não bebeu tanto quanto bebe no fim da festa depois ele continua a festa de forma mais tranquila. Essa decisão é tomada por um comitê que avalia os riscos. Quase toda parte de crimes da festa acontecem no período que margeia o final da festa, então assim tem que ter um cuidado muito grande, preciso limite de local e de tempo porque quando a festa tá coberta que tem quem dê suporte a ela, as coisas não acontecem. A prioridade vai ser segurança. A ideia é que a gente contemple todas as linguagens culturais e musicais, queremos fazer um São João multicultural, que abrace todos os públicos, e o público do rock é um público muito importante, a festa tá sendo formatada ainda, aí não posso dizer exatamente onde vai ser.

Do G1 Caruaru
Blog Fazenda Nova Online/Nova FM


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