Polícia desarticula quadrilha que simulava atendimentos a crianças autistas para fraudar planos de saúde

Grupo solicitou reembolsos de até R$ 1,7 milhão de uma única vez por serviços não prestados. Polícia apreendeu documentos, celulares, joias e 40 pares de tênis de luxo.

Operação Sidelines cumpriu cinco mandados de busca e apreensão em quatro cidades do Grande Recife.

Quadrilha formada por mulheres simulava atendimentos a crianças autistas e fraudava planos de saúde com pedidos milionários de reembolsos.

Polícia apreendeu documentos, celulares, joias e 40 pares de tênis de luxo avaliados em cerca de R$ 80 mil.

Operação desartircula quadrilha que simulava atendimento a crianças autistas

Um grupo de mulheres foi alvo, na quinta-feira (25), de uma operação da Polícia Civil para desarticular uma organização suspeita de fraudar planos de saúde com atendimentos simulados a crianças diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista.

De acordo com a corporação, o grupo falsificava documentos e pedia reembolsos de valores milionários, por procedimentos não realizados.

A Operação Sidelines teve início a partir de investigações abertas em setembro de 2023. Foram cumpridos cinco mandados de busca e apreensão nas cidades de Olinda, Recife, Jaboatão dos Guararapes e Paulista, no Grande Recife.

Segundo o delegado Carlos Couto, titular da Delegacia de Piedade, em Jaboatão, o esquema funcionava a partir de atendimentos simulados ou realizados de forma incompleta.

“Esse grupo agia simulando atendimentos multidisciplinares em crianças que estão diagnosticadas no Transtorno do Espectro Autista. [...] O grupo reunia documentos de serviços prestados ‘a menor’ [de maneira incompleta], ou não prestados, e fazia um pedido de reembolso junto à operadora de saúde”, afirmou.

As investigações já identificaram duas crianças usadas no esquema. Para uma delas, foi solicitado reembolso de R$ 900 mil, dos quais R$ 640 mil foram pagos. No segundo caso, o plano de saúde chegou a desembolsar R$ 1,4 milhão de um pedido total de R$ 1,7 milhão. Somados, somente os dois casos causaram prejuízo de R$ 2 milhões.

Ainda segundo o delegado, durante o cumprimento dos mandados, os policiais apreenderam documentos, celulares e agendas profissionais. Também foram encontrados certificados de uma joalheria avaliados em R$ 120 mil, além de joias, bijuterias e cerca de 40 pares de tênis de luxo, cujos valores estimados somam R$ 80 mil.

“Foram alvos dessa operação duas mulheres que são psicólogas, duas fisioterapeutas e a mãe de uma criança. Todas, de acordo com a investigação, estariam participando da fraude”, explicou Carlos Couto.

A ação contou com a participação de 60 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. De acordo com o delegado, o material apreendido será periciado para verificar se os serviços foram realmente prestados ou se as fraudes ocorreram em sua totalidade.

Operação apreendeu certificados de joalheria avaliados em R$ 120 mil, além de joias, bijuterias e tênis de luxo — Foto: Polícia Civil/Divulgação

Por Joab Alves, Iris Costa, TV Globo e g1 PE