quinta-feira, 25 de janeiro de 2024

PF investiga se Abin atuou para livrar filhos de Bolsonaro de processos

Deputado federal Alexandre Ramagem Ramagem é alvo de operação da PF que investiga monitoramento ilegal na Abin (crédito: Ed Alves/CB/DA.Press)

A Polícia Federal investiga se a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) montou uma investigação paralela para livrar Jair Renan de um inquérito que apurava negócios envolvendo o filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

A investigação, na época, pretendia esclarecer se Jair Renan usou o acesso ao Planalto para obter benefícios pessoais. O filho mais novo do ex-presidente teria recebido um carro elétrico de uma empresa, avaliado em R$ 90 mil, que era usado por um amigo e preparador físico de Renan.

Um mês após a doação, a empresa conseguiu uma agenda para encontro com o então ministro de Desenvolvimento Regional, Rogério Marinho, com participação de Jair Renan.

O caso foi arquivado em agosto de 2022. Sob antigo comando, a PF citou em um relatório que a Abin atrapalhou a investigação contra o filho do ex-presidente.

Segundo a reportagem apurou com quem cuida dessas investigações, há indícios de que a Abin, também na gestão do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), tenha atuado numa espécie de “salvamento”, produzindo provas em favor de outro filho do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no caso das “rachadinhas”, enquanto era deputado estadual.

Operação

Chefe da Abin no governo Bolsonaro, o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão. O apartamento funcional e o gabinete dele, na Câmara, foram alvos de gentes da PF.

Os outros mandados ocorreram em Brasília (16), Juiz de Fora (MG) (1), São João Del Rei (RJ) (1) e Rio de Janeiro (1). A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes.

Ramagem passou um breve período como assessor da Presidência e depois foi escolhido para chefiar a Abin em junho de 2019. Na Câmara, ele é um dos vice-líderes do PL e é titular da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado e do Conselho de Ética. Ramagem também é pré-candidato à Prefeitura do Rio de Janeiro nas eleições municipais deste ano.

Até o momento, o parlamentar não se pronunciou sobre a operação da Polícia Federal. O Correio tenta contato com Alexandre Ramagem, mas até a publicação desta matéria o jornal não obteve retorno. O espaço segue aberto para eventuais manifestações.

Fonte: Correio Braziliense.

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