Operação desvendou rede criminosa que produzia conhaque e rum em galpões imundos, com risco de contaminação e explosões
Um laudo pericial acaba de revelar o componente mais assustador do esquema de falsificação de bebidas desmantelado pela Polícia Civil em Garanhuns: a presença de metanol. A substância tóxica, que pode levar à cegueira e até à morte, foi identificada nas amostras analisadas pelo Laboratório de Química Forense, no Recife.
A descoberta confirma os piores temores dos investigadores e dá uma nova dimensão de gravidade ao caso. A operação, que prendeu três homens no dia 6 de maio, já havia exposto condições de produção chocantes.
Dentro dos galpões nos bairros Aloísio Pinto e Viana Moura, os policiais encontraram uma operação que misturava crime e ameaça à saúde pública. O delegado Victor Hugo, que chefia as investigações, relatou que o local operava em situação precária de higiene, totalmente sem controle sanitário.
O risco de contaminação dos produtos era apenas uma das ameaças. Os peritos também identificaram um perigo iminente de incêndio devido à manipulação inadequada de tonéis de álcool e equipamentos artesanais.
A fachada da operação era convincente. Foram apreendidas cerca de 1.500 garrafas de marcas conhecidas, como Montilla e Dreher, todas com rótulos falsificados que as tornavam quase indistinguíveis das originais. O material era destinado ao comércio local e de cidades vizinhas, conforme apurou a polícia.
Os três homens presos foram autuados em flagrante pelos crimes de associação criminosa e falsificação de produtos destinados ao consumo. Eles já se encontram no sistema prisional.
Com a confirmação da toxicidade das bebidas, as investigações ganham urgência para rastrear lotes que possam ter sido distribuídos e identificar todos os envolvidos na rede de produção e comercialização.
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