segunda-feira, 27 de maio de 2024

PIX falso: saiba como se precaver de golpes como o da mulher que enganou pizzarias com comprovantes falsificados

Dono de restaurante denunciou cliente que fez, ao menos, cinco pedidos nos últimos meses.

Dono de pizzaria publicou um dos comprovantes falsos enviados por cliente que aplicava golpe em restaurantes no Grande Recife — Foto: Reprodução/Instagram

O dono de uma pizzaria localizada em Camaragibe, no Grande Recife, denunciou que foi vítima de um golpe aplicado por uma cliente. Segundo o empreendedor, após fazer os pedidos, Francielly dos Santos, de 20 anos, mandava falsos comprovantes de pagamento por PIX. Só nos últimos meses, ela fez, ao todo, cinco encomendas, totalizando R$ 814. A denúncia é investigada pela polícia.

O caso, que repercutiu bastante nas redes sociais, chamou atenção para a demora com que a fraude foi descoberta, já que, por muito tempo, o estabelecimento não percebeu que os comprovantes que a mulher enviava eram montagens. Por isso, o g1 reuniu dicas de como se precaver desse tipo de golpe.

De acordo com a Federação Brasileira de Bancos (Febraban), as transações por PIX são realizadas por meio de mensagens com assinatura digital, que trafegam de forma criptografada numa rede protegida e separada da internet.

Dessa forma, segundo a instituição, é fundamental que o vendedor leia o comprovante com atenção e verifique se o pagamento foi concluído, ou se a pessoa apenas agendou a transferência. Em casos assim, em que o pagador programa a transação, ele pode cancelar a operação antes que o dinheiro seja, de fato, repassado.

"As transações PIX são irreversíveis após a sua efetivação; ou seja, após uma transação concluída, o cliente pagador não consegue cancelar a operação, [ele consegue] somente na funcionalidade de agendamento, pois o cancelamento não é da transação, mas sim da programação do pagamento", explicou a Febraban, em nota enviada ao g1.

Outra orientação dada pela entidade é que os lojistas integrem os próprios sistemas de vendas aos do banco para fazer as baixas de pagamentos e acompanhar a entrada efetiva dos valores depositados.

Checagem e denúncia

No caso do golpe ocorrido em Camaragibe, a vítima procurou o banco e descobriu que os comprovantes eram diferentes do padrão utilizado pela instituição financeira. Entre as diferenças apontadas, estava a fonte da letra usada no falso documento, que, em geral, é personalizada nas grandes empresas. Também é importante observar se o arquivo contém erros de digitação e ortografia.

"Naquela correria, ele (o vendedor) bate o olho, vê que é o nome da empresa e já aceita. Mas, se você parar para olhar, dá para constatar que tem alguma coisa errada ali, incoerente", afirmou o delegado Paulo Furtado, gestor do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil de Pernambuco.

Por isso, para o delegado, o mais importante é garantir que os funcionários, mesmo aqueles que não têm acesso aos dados financeiros da empresa, possam checar se o pagamento foi feito. Se for constatado que o dinheiro não entrou, o vendedor deve prestar queixa.

"Deve imediatamente procurar uma delegacia e registrar o B.O. (boletim de ocorrência) — pode ser, inclusive, pela internet. O crime de estelionato hoje, depois de 2019, passou a ser de ação penal pública condicionada, ou seja, o funcionário tem até seis meses para representar. São seis meses depois que a pessoa descobriu o fato. Isso no geral. Quando é praticado via internet, a chamada fraude digital, pode [denunciar] a qualquer momento", orientou o delegado Paulo Furtado.


Por g1 PE

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