Mulher arremessada de brinquedo no Mirabilandia fez cirurgia no cérebro e família negocia transferência de hospital, diz primo da vítima

Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, segue em estado grave na UTI. Professora teve traumatismo craniano após balanço onde estava se soltar de equipamento no ar.

Primo de mulher ferida em acidente no Mirabilandia diz que ela fez cirurgia no cérebro

A professora de inglês Dávine Muniz Cordeiro, de 34 anos, que ficou ferida ao ser arremessada de um brinquedo que girava no ar no parque Mirabilandia, em Olinda, passou por uma cirurgia no cérebro e segue intubada na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital da Restauração (HR), no Recife.

Um primo da vítima, Ricardo Lima disse, entrevista coletiva na frente do HR, no domingo (24), que o quadro clínico dela se estabilizou e que a família negocia com o parque a transferência da paciente para um hospital particular.

De acordo com ele, durante o procedimento, foi colocado um aparelho para medir a pressão intracraniana (veja vídeo acima).

"Conversei com as médicas que estão no plantão da UTI. [...] E elas informaram que, nesta madrugada [do domingo], fizeram uma drenagem nos coágulos e também uma descompressão no cérebro. Com isso, melhorou bastante a situação. Agora estão controlando essa alteração de pressão [intracraniana] para que ela fique estabilizada", detalhou Ricardo Lima, primo da vítima.

Dávine ficou gravemente ferida depois que o balanço onde ela estava se desprendeu da estrutura giratória da atração "Wave Swinger" na tarde da sexta (22). Após o acidente, o parque de diversões foi interditado.

Segundo Ricardo, com a estabilização do quadro clínico, as médicas disseram que já é possível transferir a paciente para um hospital particular.

De acordo com a família, a mudança de unidade de saúde foi oferecida pelo Mirabilandia, que se comprometeu a custear o tratamento.

"A gente acha muito positivo [transferir]. A única questão que nossas advogadas falaram para os advogados do Mirabilandia foi que a gente precisa que ela saia daqui para uma unidade que tenha um suporte de neurocirurgiões 24 horas no próprio hospital; [para que] caso haja alguma intercorrência, o tempo de resposta seja o mínimo possível. Aqui no HR temos essa estrutura", afirmou o primo de Dávine, Ricardo Lima.

De acordo com o parente, embora o Hospital da Restauração conte com esse tipo de assistência, a família acredita que a transferência será benéfica para a paciente.

"Se for para um desses hospitais que atendam pacientes de alta complexidade, sim. Aqui é referência agora, nesse primeiro momento. Mas, depois que, se Deus quiser, ela melhore e precise sair da UTI, aí é que a gente vai sentir a deficiência. Por isso que nós aceitamos essa transferência; e vai ser muito boa, desde que tenha suporte de equipamentos e pessoal", falou Ricardo.

Moradora do bairro do Ipsep, na Zona Sul do Recife, Dávine é professora de inglês e trabalha como coordenadora pedagógica de um curso de idiomas. Ela estava de férias quando foi com amigos ao Mirabilandia.

Procurada, a defesa do Mirabilandia disse que conversou com os parentes de Dávine e afirmou que vai transferir a paciente e oferecer todo o suporte de saúde necessário.

Dávine Muniz Cordeiro sofreu acidente no parque Mirabilandia — Foto: Acervo pessoal

Por Artur Ferraz, g1 PE