sábado, 15 de julho de 2023

Caso Padre Airton: Ministério Público diz que outras vítimas de estupro foram identificadas e que há cinco inquéritos abertos

Religioso foi preso preventivamente nesta sexta-feira (14).

Padre Airton Freire em imagem de arquivo — Foto: Reprodução/Instagram

O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) disse que outras vítimas foram identificadas e que há cinco inquéritos policiais abertos contra o padre Airton Freire, acusado de estupro pela personal stylist Silvia Tavares de Souza. O religioso foi preso preventivamente nesta sexta-feira (14).

Em junho, a Silvia Tavares disse ter sido estuprada pelo motorista de padre Airton, Jailson Leonardo da Silva, a mando do religioso. A Polícia Civil não informou se prendeu o motorista.

Segundo Silvia Tavares, o estupro aconteceu no dia 18 de agosto de 2022, em uma propriedade da Fundação Terra, criada pelo padre.

Nesta sexta-feira, a Polícia Civil cumpriu um mandado de prisão contra o padre, em Arcoverde, no Sertão, sede da Fundação Terra. A defesa do padre disse que a prisão "surpreendeu" e que vai tentar conseguir um habeas corpus na Justiça (veja resposta mais abaixo).

A corporação disse, também, que houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na mesma cidade. A Polícia Rodoviária Federal e a Polícia Civil do Ceará também atuaram no cumprimento.

Depois da prisão de padre Airton Freire, o MPPE disse que três membros do Ministério Público foram designados para acompanhar o caso. Disse, também, que por se tratar de inquéritos sigilosos, não vai divulgar detalhes sobre o processo.

O MPPE disse que tem feito "exame criterioso dos elementos de prova até então colhidos" e que se pauta por normas para preservar os direitos humanos e "evitar revitimizações das vítimas que buscaram o aparato estatal para relatarem violências sexuais que estão sob investigação".

O Ministério Público também disse que a adoção de medidas cautelares, a exemplo da prisão preventiva, é necessária para "afastar os riscos de reiteração delitiva; bem como assegurar proteção às vítimas que procuraram o estado para relatarem fatos criminosos contra suas dignidades sexuais".

Defesa

Os advogados Mariana Carvalho e Marcelo Leal, que defende padre Airton, disseram que a prisão "surpreendeu" a defesa, e que vai tentar conseguir na Justiça um habeas corpus. Confira a nota da defesa na íntegra:

"Surpreendeu a defesa do padre Airton Freire a decisão de decretar a prisão preventiva do sacerdote. O feito é totalmente contrário às condições previstas em lei e será tratado em habeas corpus a ser impetrado pela defesa. Importante lembrar que o padre, um homem de 67 anos, sofre sérias restrições de saúde.

A decisão ignora que o padre havia se afastado das funções eclesiásticas e da presidência da Fundação Terra, onde desenvolve um trabalho social que atendeu milhares de pessoas nos últimos 40 anos.

Depois do afastamento, ficou isolado em sua residência — que é fixa, onde ele pode ser encontrado a qualquer momento —, de forma a não interferir nas investigações. Apesar de todo o apoio que tem recebido de milhares de pessoas na internet e em manifestações públicas nas ruas de Arcoverde (PE), o padre jamais estimulou ou insuflou movimentos, de modo a não causar comoção social ou desordem pública.

E mais: agiu de boa fé ao concordar em se apresentar espontaneamente à Justiça após a decretação da prisão, sem criar mecanismos de retardamento do cumprimento da ordem legal."

Por g1 PE

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