sexta-feira, 15 de dezembro de 2023

PMs são alvo de mandados de prisão em operação que investiga sequência de mortes em Camaragibe

O caso aconteceu no dia 13 de setembro, em Tabatinga, na cidade de Camaragibe, no Grande Recife (Foto: Reprodução/Redes Sociais )

Policiais militares envolvidos em uma sequência de mortes que ocorreram em setembro deste ano, em Camaragibe, no Grande Recife, são alvo de uma operação deflagrada nesta quinta (14) pela Polícia Civil.

O caso começou no dia 15 de setembro com a perseguição policial a um atirador.

Ao todo, nove pessoas morreram, incluindo o suspeito, parentes dele e policiais militares. Uma grávida usada como escudo humano também foi atingida e faleceu no hospital.

Nesta quinta, a polícia cumpre cinco mandados de prisão, todos contra PMs.

A Operação Sobejo também são cumpridos 20 mandados de busca e apreensão. Eles foram expedidos pela
Primeira Vara Criminal da Comarca de Camaragibe.

Além dos mandados de prisões, também foram cumpridos mandados de busca e apreensão que resultou a apreensão de armas e mucicões (Foto: Divulgação/PCPE)

A ação é realizada pela Diretoria Integrada do Especializada, sob a presidência do Grupo de Operações Especiais (GOE).

A investigação foi iniciada em setembro de 2023, com o objetivo de identificar e desarticular associação criminosa envolvida na prática dos homicídios.

Participam da ação 130 policiais civis, entre delegados, agentes e escrivães. As investigações foram assessoradas pela Diretoria de Inteligência da Polícia Civil de Pernambuco – DINTEL, contando ainda com o apoio operacional da Corregedoria Geral da Secretaria de Defesa Social.

O que diz o MPPE

O Ministério Público de Pernambuco informou que teve acatados pela Justiça os pedidos de medidas cautelares diversas de prisão de envolvidos no caso.
Entre elas estão o afastamento das atuais funções públicas.

Isso atinge pessoas que, “pelas condutas que tiveram durante a perpetração dos crimes e pela posição funcional que ocupam, podem influenciar na continuidade da investigação”.

Ainda segundo o MPPE, o acompanhamento do inquérito policial instaurado pela Polícia Civil para elucidar os fatos reforçou a avaliação dos membros do Ministério Público de que “é preciso assegurar condições jurídicas e de fato para que os próximos atos investigatórios se deem em ambiente isento de quaisquer interferências que comprometam sua eficácia”.

O MPPE destacou também que “todas as medidas, além da necessária obediência aos padrões constitucionais e legais, se deram dentro do espírito colaborativo que deve nortear as relações institucionais".

Mandados

Em 24 de outubro, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) cumpriu mandados de busca e apreensão durante as investigações da sequência de mortes.

Por meio de nota, o MPPE informou que as buscas são realizadas pela Promotoria de Justiça Criminal de Camaragibe e pelo Controle Externo da Atividade Policial.

Um efetivo de 130 policiais civis participaram da operação, nesta quinta (14) (Foto: Divulgação/PCPE)

O MPPE explicou que tem acompanhado o trabalho desenvolvido pela Polícia Civil, “mas sem perder de vista sua autonomia investigatória”.

“Diante da complexidade dos fatos, a partir de procedimento de investigação criminal específico, foram solicitadas medidas cautelares ao Poder Judiciário para possibilitar uma compreensão mais aprofundada de como os fatos ocorreram e de quem deles, em tese, teve alguma participação”, disse o MPPE, por meio da nota.

Ainda segundo o Ministério Público, o “cumprimento das ordens judiciais se deu dentro dos parâmetros constitucionais, foi coordenado por membros do Ministério Público e, pela sua dimensão, contou com o apoio da Corregedoria da Secretaria de Defesa Social, a pedido da Instituição responsável pela ação penal”.

As ações desta terça foram realizadas sob sigilo e, por isso, o MPPE disse que não poderia informar as identidades dos alvos nem passar mais informações.

O que diz a defesa dos PMs

Segundo o advogado da Associação de Cabos e Soldados de Pernambuco (ACS-PE), Eduardo Morais, acompanhava a chegada dos PMs presos, na sede do GOE, e disse que ainda não teve acesso aos autos e que a associação trabalhará para provar a inocência dos policiais.

“Não conhecemos o que está no teor. A associação entende que todos são inocentes e a vamos provar. Na verdade, o que se entende é que o GOE não sabe qual a participação deles no caso. Não tinha necessidade destas prisões, porque a intenção de todos é colaborar com as apurações. A policial presa já pagou fiança e está sendo liberada. Todos eles afirmam que não tem participação no caso. A gente precisa ter acesso aos autosa para refutar essas investigações”, ressaltou o advogado.

Entenda o caso

Dois policiais militares que atuaram na ocorrência em Camaragibe nos dias 14 e 15 de setembro prestaram depoimento no Grupo de Operações Especiais (GOE), no Cordeiro, na Zona Oeste do Recife, na última terça-feira (26).

A Polícia Civil informou que os policiais foram acionados para prestar assistência ao cabo Rodolfo José da Silva, de 38 anos, e ao soldado Eduardo Roque Barbosa de Santana, que morreram após serem baleados.

O principal suspeito de matar os policiais é Alex da Silva Barbosa, de 33 anos, que foi morto, no mesmo dia, durante uma troca de tiros com a polícia.

Três irmãos do suspeito foram mortos por dois homens encapuzados no dia 15 de setembro. No mesmo dia, a esposa e a mãe de Alex foram encontradas mortas em um canavial, em Paudalho, na Zona da Mata Norte.

Fonte: Diario de Pernambuco

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