O deputado estadual Romero Albuquerque apresentou um Projeto de Lei que propõe a proibição da comercialização e uso das chamadas "gel blasters"
Foto: Rafael Vieira/DP Foto
O deputado estadual Romero Albuquerque apresentou um Projeto de Lei à Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) que propõe a proibição da comercialização e uso das chamadas "gel blasters", ou "armas de gel", no estado. O projeto busca atualizar a Lei Estadual nº 12.098/2001, em resposta ao crescente número de incidentes envolvendo esses equipamentos.
No dia 25 de novembro, uma "brincadeira" entre jovens com arma de bolinhas de gel resultou em uma briga que deixou uma pessoa morta no Córrego do Abacaxi, em Olinda, no Grande Recife.
“Há algumas semanas a gente tem visto alguns casos repercutindo em algumas localidades no Brasil e no Recife. Algumas pessoas nos procuraram preocupadas. A gente continuou acompanhando e tem visto esses casos recentes, inclusive matérias de pessoas que foram parar em clínicas. O que para alguns é uma simples brincadeira, e que para mim não é, tem acarretado em situações muito ruins, inclusive fatais”, afirmou o deputado em entrevista ao Diario de Pernambuco.
As "armas de gel" têm sido apontadas como um risco à segurança pública, devido ao seu potencial para causar ferimentos graves, como lesões oculares que podem levar à cegueira. Além disso, o design que imita armas reais tem gerado confusão em situações de confronto, resultando em risco para os próprios portadores e também para outras pessoas que podem estar passando por perto.
De acordo com o deputado, o Projeto de Lei visa incluir as armas de bolinhas de gel na lista de itens que simulam armas, que não podem ser vendidos.
O deputado Romero Albuquerque destacou a urgência da medida. "Não podemos permitir que objetos vendidos como brinquedos coloquem vidas em perigo. A proibição é necessária para proteger a população e evitar tragédias", afirmou o deputado.
O fácil acesso às "gel blasters", especialmente por meio de plataformas online, é outro fator de preocupação, pois elas não atendem aos padrões de segurança estabelecidos por órgãos como o Inmetro. O projeto também visa combater a banalização da violência, frequentemente associada ao uso inadequado desses equipamentos em espaços públicos.
Cresce número de jovens com lesões nos olhos em decorrência de guerras com armas de gel
Nos últimos dias, a emergência da Unidade da Fundação Altino Ventura (FAV), localizada na Boa Vista, na área central do Recife, registrou um aumento expressivo de pacientes com ferimentos nos olhos causados por esses dispositivos.
Entre os dias 30 de novembro até essa terça-feira (3), a FAV atendeu 17 pacientes com queixas de dor ocular após traumas causados por balas de gel.
"Pelas lesões encontradas, o impacto desses projéteis parece ser muito significativo. Nossa maior preocupação é que esses traumas podem causar ruptura das camadas da retina, levando ao descolamento semanas após o impacto”, disse a oftalmologista e vice-coordenadora do Departamento de Cirurgia Refrativa da Fundação, Dra. Camila Moraes.
Segundo a médica, esse deslocamento tardio significa que crianças que participam da brincadeira podem ter a visão comprometida, podendo resultar em cegueira irreversível.
Por: Adelmo Lucena
Por: Anna Dulce Neves
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