sexta-feira, 27 de setembro de 2024

Três suspeitos de armazenar e compartilhar imagens de abuso sexual de crianças e adolescentes são presos em duas operações

Dois foram presos na Operação Safe Children, da Polícia Civil, e um terceiro foi detido na Operação Terabyte, da Polícia Federal, ambas deflagradas no Grande Recife.

Operações investigam suspeitos de armazenar e distribuir conteúdo de abuso infantojuvenil no Grande Recife — Foto: PF/Divulgação

Três suspeitos de armazenar e compartilhar imagens de abusos sexuais de crianças e adolescentes foram presos em duas operações deflagradas no Grande Recife, na quarta-feira (25), sendo uma da Polícia Federal (PF) e outra da Polícia Civil. Foram apreendidos mais de três mil arquivos contendo cenas de abuso sexual contra crianças e adolescentes.

Entre os alvos, estava um homem de 22 anos que foi preso em flagrante após ser pego com o material .

Ao todo, foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na Operação Safe Children ("criança segura", em inglês), da Polícia Civil, e três de busca e apreensão na Operação Terabyte, da PF.

As duas operações foram realizadas para identificar e prender criminosos que agem na internet com intuito de disseminar imagens de abuso infantojuvenil.

Na operação da PF, os mandados foram cumpridos no bairro da Imbiribeira, na Zona Sul do Recife, e nas cidades de Igarassu e Camaragibe, na Região Metropolitana.

Durante as buscas em Camaragibe, um repositor de estoque de supermercados de 22 anos foi preso com imagens e vídeos de abuso infantil.

Os policiais federais também apreenderam celulares, dispositivos eletrônicos, computadores e mídias de armazenamento que vão passar por perícia técnica para localização e identificação de arquivos que evidenciem os crimes investigados.

Com relação à Operação Safe Children, os mandados foram cumpridos no Recife e em Jaboatão dos Guararapes, na Região Metropolitana, e dois homens foram presos em flagrante, sendo um bancário e o outro repositor de supermercado.

Eles foram presos em flagrante pelo crime 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), com mais de três mil arquivos de cenas de abuso sexual infantil.

A pena do crime 241-B por "adquirir, possuir ou armazenar, por qualquer meio, fotografia, vídeo ou outra forma de registro que contenha cena de sexo explícito ou pornográfica envolvendo criança ou adolescente", é de reclusão de 1 a 4 anos, além de multa.

Se o conteúdo for compartilhado, a pena passa para 2 a 8 anos, e, se o conteúdo for produzido, a pena passa para 10 anos de reclusão.

À TV Globo, delegado Darlson Freire, gestor do Departamento de Polícia da Criança e do Adolescente (DPCA) e um dos responsáveis pela operação, contou que o objetivo da busca e apreensão realizada em Pernambuco era verificar pessoas que teriam imagens de abusos contra crianças e adolescentes.

"São imagens chocantes, de faixas etárias abaixo de 18 anos e crianças inclusive de tenra idade. E até, pasme, de bebês. A gente encontrou cenas de bebês com menos de 1 ano. Cenas de abuso sexual com bebês. Então, são crimes graves e autônomos. Só o fato de possuir [o conteúdo] já é um crime hediondo", afirmou Darlson Freire.

Orientação aos responsáveis

Como orientação aos pais e responsáveis, o delegado destacou a importância da atenção ao que o menor consome e com quem ele conversa na internet.

"Nesse tipo de crime, são pessoas que divulgam esse material, são pedófilos, pessoas que têm essa predileção. Ou seja, são abusadores em potencial. Mesmo que não tenham cometido nenhum estupro ainda, a oportunidade que eles tiverem, eles vão cometer, porque eles têm essa predileção”, afirmou.

O delegado Darlson Freire também explicou que os pedófilos não possuem um perfil de fácil identificação, e reforçou que é necessário estar atento ao que as crianças fazem na internet.

“São pedófilos, eles não trazem o letreiro na testa de que são pedófilos e, muitas vezes, convivem na sociedade sem as pessoas saberem que eles são pedófilos. Alguns deles não apresentam sinais, mas, no subterrâneo, agem fazendo esse tipo de crime, armazenando, compartilhando esse tipo de material. Eles tentam ficar no anonimato, impunes, mas a Polícia Civil segue atenta e vai chegar neles. Internet não é terra de ninguém”, salientou o delegado.

60 presos no país

No âmbito nacional, a Operação Terabyte cumpriu 144 mandados de busca e apreensão e prendeu 60 pessoas em 24 unidades federativas na quarta-feira (25). Um dos presos foi um sargento da Força Aérea Brasileira (FAB), com quem os policiais encontraram 5 mil arquivos com imagens de abuso e exploração sexual de menores.

Além do cumprimento dos mandados, também foi feito o resgate de uma vítima, de idade não informada, em Santa Catarina. Durante a investigação, a Polícia Federal contou com o apoio da Agência de Investigação Interna da Embaixada dos Estados Unidos.

Entre dezembro de 2023 e agosto de 2024, foram cumpridos 1.291 mandados de prisão de abusadores sexuais que estavam pendentes, de acordo com a PF.

Por g1 PE

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