Inquérito criminal conduzido pela Polícia Civil também foi concluído e entregue ao MPPE, mas não foi divulgado. Dárik Sampaio da Silva, de 13 anos, foi atingido durante perseguição em março deste ano.
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Darik Sampaio da Silva, de 13 anos, vítima de bala perdida no bairro do Jordão, Zona Sul do Recife — Foto: Reprodução/TV Globo
A Corregedoria da Secretaria de Defesa Social (SDS) e a Polícia Civil concluíram as investigações sobre a morte do adolescente Dárik Sampaio da Silva, de 13 anos. O jovem, que era atleta de futsal sub-14 do Sport, foi atingido por balas perdidas durante uma perseguição policial no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife, em março deste ano.
Na sexta-feira (1º), dia em que Dárik faria 14 anos, o pai da vítima foi à sede do Ministério Público de Pernambuco, acompanhado de um advogado, para pedir justiça (saiba mais abaixo).
A SDS informou, em nota enviada à TV Globo, que o Inquérito Policial Militar (IPM) concluiu que não houve "transgressão disciplinar" por parte dos policiais envolvidos no caso. Segundo a pasta, no decorrer do processo, foram colhidos depoimentos de testemunhas e dos acusados, além da perícia das armas utilizadas pelos agentes.
"Estes elementos, ao serem confrontados, não resultaram em provas conclusivas, como também não houve provas de transgressão disciplinar. Sendo assim, o IPM foi remetido à Central de Inquéritos do Ministério Público, para adoção das providências cabíveis", afirmou a secretaria na nota.
Além do procedimento militar, a Polícia Civil também concluiu o inquérito criminal sobre o caso. Procurado pelo g1, o MPPE disse que recebeu o relatório da investigação na sexta (1º). A instituição disse que o resultado do inquérito será analisado por uma das promotorias criminais que integram a Central de Inquéritos da Capital.
O g1 perguntou à Polícia Civil se as investigações resultaram em indiciamento e prisão de algum suspeito, mas, até a última atualização desta reportagem, não obteve resposta.
Pai de adolescente pede justiça
Quase oito meses após a morte do adolescente, o pai de Dárik, Davidson Silva, foi à sede do MPPE, no bairro da Boa Vista, no Centro do Recife (veja vídeo acima). Acompanhado de um advogado, ele disse que o jovem completaria 14 anos na sexta-feira (1º).
"Era para ser um dia de alegria, de felicidade. Hoje era para acordar com ele pulando na minha cama, com aquele sorriso lindo dele. E onde eu estou hoje? Estou aqui pedindo justiça pela morte do meu filho. Meu filho era uma criança, uma criancinha, [e foi] morto, assassinado com dois tiros", declarou Davidson Silva.
O pai do adolescente pediu ainda a prisão dos responsáveis. "Meu filho não tinha a nada a ver [com a operação policial]. (...) Estava conversando com as amigas, costume normal, de criança, na calçada, na frente da casa. Não conseguiu entrar por causa do cachorro. E tudo indica, como ele ficou na frente da casa, miraram nele e pensaram que ele estava querendo entrar na casa", falou o pai.
Relembre o caso
O caso aconteceu na noite de 16 de março de 2024, na Rua Professora Arcelina Câmara, no bairro do Jordão, na Zona Sul do Recife;
Dárik estava com duas colegas na frente da casa de uma delas quando foi atingido por disparos de arma de fogo;
A ação foi filmada por uma câmara de segurança (veja vídeo acima);
De acordo com a Polícia Militar, agentes do 6º Batalhão foram acionados para uma ocorrência de roubo de carro, que foi rastreado em Jardim Jordão, em Jaboatão dos Guararapes;
Os policiais foram ao local e avistaram o carro, mas os criminosos começaram uma fuga ao perceberem a presença dos PMs, o que deu início à perseguição;
Segundo a PM, a perseguição foi até uma rua sem saída, onde Dárik estava e, conforme a corporação, os suspeitos começaram a disparar contra os policiais, que revidaram;
Dois homens conseguiram fugir e outros dois foram detidos;
No carro, a polícia disse que achou duas armas de fogo, sendo uma calibre 12 e um revólver calibre 38;
Darik foi atingido na perna e na cintura;
O menino e as colegas chegaram a entrar na casa de uma delas para se proteger, mas ele já tinha sido atingido;
De acordo com parentes de Darik, havia duas viaturas da PM na perseguição, mas nenhuma delas parou para socorrê-lo;
Segundo a PM, o menino foi socorrido por outra equipe da PM e levado para a Policlínica do Ibura, na Zona Sul, chegou a receber primeiros socorros, mas morreu;
Uma testemunha disse que Dárik foi levado na mala da viatura, e não na frente do carro;
Procurada pelo g1, a PM informou que "agiu com prontidão" ao encontrar Darik gravemente ferido, no entanto, não respondeu porque ele foi levado na mala da viatura.
Por g1 PE
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